Um movimento tão inesperado e curioso, até mesmo por sua
repercussão nas redes sociais virtuais não podia gerar nada menos que um grande
número de estudos e teses sobre seu desenvolvimento. Dando grande material é
claro, para as Ciências Sociais.
A contribuição das duas grandes áreas da Antropologia para a
amplificação da compreensão do fenômeno humano ampliou ao longo da história da
antropologia muitas temáticas de pesquisa, que deram origem ramificações do
conhecimento de cada campo antropológico, admitindo peculiaridades de
discussão.
“A antropologia no Brasil tem vasta produção acadêmica, particularmente em temáticas como estudos de gênero, Identidades culturais, estudos de população, antropologia visual e da imagem, antropologia das emoções, antropologia política, antropologia urbana, entre outras.”
Focando no ramo da Antropologia Urbana, como retrata o texto
de Magnani acontece uma análise da antropologia urbana no âmbito das ciências
sociais e sua contribuição para o estudo e a compreensão do fenômeno urbano,
especialmente no caso das grandes metrópoles contemporâneas. Para realizar essa
tarefa, a antropologia urbana utiliza do método etnográfico, tendo como desafio
aplica-lo sem cair na busca heterogênea da realidade das grandes cidades as
condições da aldeia. O estudo de formas de sociabilidade e práticas culturais
na escala da metrópole são apresentados por pesquisas recentes sobra a cidade
de São Paulo, realizados no Núcleo de Antropologia Urbana (NAU) e no
Departamento de Antropologia da USP.
O professor de Ciências Políticas e Antropologia da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Wilson Ferreira da Cunha,
disse que “apesar de não ter uma pauta definida, as manifestações dão, de fato,
um recado para a política brasileira.”. De acordo com o professor, os jovens
manifestantes buscam por partidos políticos com metas e programas que tenham
participação política e partidária, além de compromisso com a coletividade e
não apenas com o governo. Entrevista a CBN Goiânia. (Link aqui)
Outro grande estudo de repercussão, transformado em livro
inclusive, na sinopse da editora consta como “escrito e editado no calor da hora”
foi “Cidades Rebeldes | Passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do
Brasil” de David Harvey, Ermínia Maricato, Mike Davis, Ruy Braga, Slavoj Žižek onde
todos possuem um grande e qualificado currículo pra discutir sobre o assunto. (Booktrailler aqui)
“Cidades rebeldes é um livro de intervenção, que traz perspectivas variadas sobre as manifestações, a questão urbana, a democracia e a mídia, entre outros temas.” (EDITORA BOITEMPO)
Com todos os estudos, pode-se perceber a importância dos
estudos das Ciências Sociais que revelam o que está “por trás” das Manifestações
Sociais no Brasil (e no mundo) e da sociedade que transforma o mundo, não sendo
apenas uma reinvindicação de tarifas de ônibus menos abusivas, nem mesmo por
menos corrupção e sim, o caminho que a sociedade já percorreu e ainda
percorrerá com essas mudanças. É uma tentativa de resposta, muito próxima da
certeza, do que veio e do que virá a se transformar a sociedade.